UMA CONVERSA COM OYÈRÓNKÉ OYÈWÙMÍ, ACADÉMICA NIGERIANA DE VISITA EM ANGOLA
A Universidade Jean Piaget de Angola realizou uma palestra sobre as “Dinâmicas do Género em África, uma conversa com Oyèrónké Oyèwùmí, Académica Nigeriana de visita em Angola”, no dia 9 de Maio, no Auditório 5.05.
As boas-vindas da actividade foram dadas pelo Vice-reitor para Investigação e Pós-graduação, Professor Doutor Paulo Inglês, que proferiu as palavras de acolhimento à prelectora. “Seja bem-vinda Professora Doutora Oyèrónké Oyèwùmí, é uma honra recebê-la pela primeira vez na nossa universidade, a Professora fala inglês e por esta razão vai ter a ajuda dos intérpretes, a Dra. Dulce Graça e o Dr. Isaac Paxe”.
A socióloga e pesquisadora Oyèrónké Oyèwùmí, começou por falar sobre o eurocentrismo onde afirmou que um dos seus efeitos é a racialização do conhecimento. “Eu me pergunto o quê que os homens brancos sabem que nossas mães não sabem? O marco da história é a expansão cultural do Ocidente e a implementação da hegemonia das culturas euro-americanas, e a marca não está tão bem representada na produção do conhecimento sobre o comportamento humano, a história e a cultura. Como consequência, temos testemunhado questões como conceito, preconceito, ideologias, produção do conhecimento, e estes são disseminados pelo mundo e nós os consumimos, tal como a comida, doenças e tudo que eles produzem, e um dos efeitos do eurocentrismo é a racialização do conhecimento”.
A pesquisadora chamou também atenção à realidade africana. “Estamos diante do privilégio masculino e isso está ilustrado na cultura da modernidade, na qual a Europa é representada como a fonte do conhecimento e os europeus os grandes conhecedores. Servimos a dominação racial europeia e associada a isso, temos a noção do privilégio masculino porque essa é a cultura deles. O contexto global da produção de conhecimento deve ser considerado seriamente, quando tentamos compreender a realidade africana”, rematou.
Oyèrónké Oyèwùmí, fez o curso superior de sociologia na Universidade de Ibadan e obteve o doutoramento em sociologia na Universidade da Califórnia, onde defendeu a tese Mothers not women: making an african sense of western gender discourses (Mães e não mulheres: criando um sentido africano para os discursos de género ocidental - 1993). A sua pesquisa "The Invention" ganhou o Distinguished Book Award de 1998 na Secção de Género e Sexo da American Sociological Association e foi finalista do Prémio Herskovitts da African Studies Association no mesmo ano. Foi merecedora de várias bolsas de pesquisa, incluindo Rockefeller Fellowships, uma bolsa presidencial e uma bolsa da Fundação Ford.
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